A segunda etapa da expedição fluvial sobre o Rio Cuiabá, que acontece entre os dias 02 e 06 de outubro, conta com a participação do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Saneamento Ambiental (Niesa) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ao todo, serão percorridos aproximadamente 530 km.
Realizada com os recursos financeiros da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, por meio do requerimento 006/2023, de autoria do deputado estadual Wilson Santos, a expedição tem como principais objetivos identificar: aspectos ambientais da ocupação de Áreas de Proteção Permanente (APP) nas margens dos rios Cuiabá e Manso; a disponibilidade e o processo de extração de areia; a ocorrência de pesca predatória e autorizada; a presença de resíduos sólidos urbanos no leito do rio Cuiabá; a descarga de efluentes de esgotos sanitários por meio de emissários, córregos e canais urbanos; a percepção dos ribeirinhos frente a problemas ambientais e sugestões indicadas por eles; e por fim, identificar os pontos indicados para a instalação de possíveis Pequenas Centrais Hidrelétricas.
Durante o trajeto, os dados serão observados por representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), da Marinha do Brasil, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Cuiabá, do qual o Niesa faz parte. Nesta expedição, os pesquisadores associados Renato Gatto de Morais e José Álvaro Silva representam o Núcleo e irão auxiliar na fundamentação do Plano de Bacia do Alto Rio Cuiabá (UPG4), em elaboração.
Outro aspecto importante, é que o Diagnóstico do Plano não se limita às condições das nascentes e afluentes, mas também busca a visão das comunidades ribeirinhas que compõem a bacia hidrográfica do Rio Cuiabá. Por isso, serão aplicados questionários em Cuiabá, Várzea Grande, Acorizal, Santo Antônio do Leverger, Barão do Melgaço, Rosário Oeste e Poconé.
Segundo o engenheiro sanitarista, José Álvaro Silva, provavelmente mais problemas serão identificados agora no período de seca, especialmente no trecho entre a Barragem do Manso e Cuiabá.
“A expectativa é que a gente encontre o rio com pouca água e, quanto menor a vazão, maiores os problemas, principalmente, nesse trecho de difícil de navegação, da Barragem do Manso até Cuiabá”, esclareceu o pesquisador.
Por Iasmim Sousa