Por Iasmim Sousa*
Na última semana, a equipe do projeto Sistema de Gestão e Monitoramento do Saneamento Básico da Bacia do Rio Cuiabá, desenvolvido pelo NIESA, começou a instalar as primeiras placas de identificação e réguas para medição da vazão da água nos pontos de coleta, em Cuiabá. Nesta primeira fase, os equipamentos foram fixados nos córregos Barbado, Mané Pinto, Castelhano, Prainha, São Gonçalo e no Rio Coxipó. A previsão é que ainda nos próximos dias também sejam identificados pontos em Jangada, Rosário Oeste, Nobres, Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia. Ao todo, o projeto de monitoramento acompanha 29 pontos localizados em sete municípios.
A instalação das placas é o primeiro passo para que os pontos de coleta sejam cadastrados como estações de monitoramento na Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA). Com isso, as informações coletadas pelos pesquisadores do NIESA podem fazer parte do banco de dados disponíveis no portal HidroWeb, uma ferramenta do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).
De acordo com o pesquisador associado ao NIESA, Renato Gatto de Morais, os pontos de coleta foram escolhidos a partir de parâmetros como a relevância da localização, tipo de uso dos recursos hídricos e a ocupação da microbacia para o caso dos córregos urbanos de Cuiabá e Várzea Grande. Outros aspectos como as microbacias com maior percentual de rede coletora de esgoto, a capacidade de abastecimento de água, os córregos que recebem efluente de esgoto tratado também foram considerados para estabelecer os locais de coleta.
“A importância do projeto é, principalmente, gerar dados ambientais de pontos de onde não se tinha nenhuma informação sobre a qualidade da água e vazão de córregos e rios que estão espalhados na Bacia do Rio Cuiabá. A gente tem casos específicos e pontuais de córregos e rios que são fonte de abastecimento, por exemplo, o Rio Jangada que é fonte de abastecimento da cidade de Jangada. O Ribeirão Caiana que é a única fonte de abastecimento de Nova Brasilândia e o Rio Cachoeirinha que é uma das fontes de abastecimento de Chapada dos Guimarães. Então, estamos gerando uma série de dados, desde 2022, que já estão subsidiando a parte do prognóstico do Plano de Bacia do Rio Cuiabá e que orientam ações estratégicas. Esses dados são utilizados para calibrar, por exemplo, modelo de vazão e para entender quais as características dessa bacia”, explicou Renato.
O projeto Sistema de Gestão e Monitoramento do Saneamento Básico da Bacia do Rio Cuiabá é fruto da parceria do NIESA com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e surgiu da necessidade de informações precisas sobre os serviços de saneamento básico na região. Esses dados são importantes ferramentas para subsidiar o Plano de Bacia do Alto Rio Cuiabá e fundamentar ações de planejamento e gestão dos recursos hídricos.
Nos pontos de monitoramento, os pesquisadores coletam amostras da água para analisar aspectos físicos, químicos e biológicos que apontam a disponibilidade hídrica, o percentual de tratamento de esgoto e outros indicadores importantes para a análise de qualidade e quantidade dos córregos e rios estudados.
*Assessoria de comunicação
Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Saneamento Ambiental (Niesa/UFMT)